Uma experiência com o Rotary em Dubai

Uma experiência com o Rotary em Dubai

O Rotary é, realmente, uma instituição extraordinária, uma grande comunidade espalhada mundo afora, que recebe todo rotariano, de qualquer lugar do planeta, como se o conhecesse de longa data, e nele deposita total confiança. Ser rotariano é, sem dúvida, uma credencial que abre portas, onde quer que se esteja. Nesse sentido, me proponho a relatar aqui uma experiência bastante interessante que tive a oportunidade de vivenciar quando eu e meu marido passamos por Dubai, em uma viagem de turismo.

Uma experiência com o Rotary em Dubai

Nós já estávamos em visita pela cidade há alguns dias quando surgiu a vontade de visitar um clube de Rotary. Encontrei nos manuais rotários que o Rotary Club de Dubai teria sua reunião semanal no dia seguinte, na hora do almoço. Enviei então um e-mail para a rotariana cuja função era de secretária, falando sobre nossa intenção em visitá-los e ela, prontamente me respondeu com entusiasmo, dizendo que nos receberiam com alegria.

No dia seguinte coloquei o pin rotário em minha roupa e nos dirigimos ao local da reunião, no World Trade Club, situado no 33º andar do Dubai World Trade Center Tower. Logo ao chegar já fomos recebidos por ela mesma, que nos levou até o presidente do clube, um árabe vestido à moda deles, com túnica branca e lenço na cabeça preso com uma daquelas cordas que eles sempre usam. Parecia um sheik do petróleo. Aliás, não sei não o era…

A primeira providência tomada por ela foi nos apresentar para vários ouros membros do clube, dizendo que vínhamos do Brasil, o que causava grande curiosidade e sempre gerava uma pequena conversa. A maioria deles estava no hall de entrada, naquele momento agradável em que os amigos se encontram para conversar, informalmente, antes da reunião. Logo em seguida fomos convidados a nos sentar para o almoço e, para nossa surpresa, estávamos ao lado de um rotariano que era casado com uma mulher latina. Que delicadeza da parte deles! Assim, claro, por se tratar de alguém que conhecesse um pouco de nossa cultura, teríamos mais afinidade nas conversas que se seguiriam. E foi o que aconteceu.

Chegou então aquele momento da reunião em que há a troca das flâmulas, habitual entre clubes de Rotary, em que o visitante oferece a bandeira de seu clube, e recebe a do clube local. Fui então chamada para me dirigir ao Presidente para participar dessa pequena cerimônia. Após a troca de flâmulas, me pediram para falar rapidamente sobre o Brasil e sobre os projetos de meu clube.

No entanto, o mais inusitado estava ainda por acontecer. Terminada a reunião nos despedimos e nos dirigimos ao térreo para tomarmos um taxi e irmos embora. Foi quando uma das companheiras do clube com quem havíamos trocado algumas palavras nos viu ali, em pé em frente ao edifício, e parou para conversar novamente conosco. Ao saber que esperávamos um taxi, imediatamente nos fez desistir dele, e insistiu em nos dar uma carona.

Acabamos aceitando, e qual não foi nossa surpresa quando, já dentro do carro ela, depois de falar em árabe com o seu motorista (fala essa da qual não compreendemos uma só palavra), virou para nós e disse que o havia autorizado a nos levar passear pela cidade. A princípio não quisemos aceitar, mas ela fez tanta questão que percebemos ser até indelicado recusar tão generosa proposta.

Foi então que, depois de deixá-la no seu local de trabalho, ele nos levou passear por Dubai durante toda a tarde. Foi uma experiência maravilhosa, diferente da que tínhamos tido até então, de turistas passeando sozinhos pelas ruas da cidade. Estando ao lado de um residente do local, a percepção do que vemos, obviamente, torna-se mais real e a vivência mais intensa. Ao longo do caminho ele ia nos mostrando espaços e construções que, provavelmente, não teríamos percebido se estivéssemos sozinhos.

E assim, mais uma vez se confirmou aquilo que eu sempre soube: que o Rotary é mesmo uma grande família. É uma honra fazer parte de uma organização tão séria, ativa e fraterna que nos faz sentir em casa, mesmo quando estamos em terras tão distantes como Dubai.

¹ Bernadete Zagonel foi membro do Rotary Club Curitiba, no Brasil, desde 1999, do qual foi Presidente; atuou como Governadora assistente do Distrito 4730 por duas gestões; hoje pertence ao Rotary Club of Boca Raton West, nos EUA.

Bernadete Zagonel

By Bernadete Zagonel

Bernadete Zagonel é Doutora em música pela Sorbonne – Universidade Paris IV. Tem 29 livros publicados, sendo 27 deles sobre o Ensino de Música, publicou diversos artigos em revistas especializadas, e escreveu para o jornal Gazeta do Povo por mais de 10 anos. Foi professora titular da Universidade Federal do Paraná e da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Pertenceu ao Rotary Club Curitiba durante mais de 20 anos, do qual foi Presidente, tendo sido a primeira mulher a ocupar esta posição, quando o clube completava 77 anos. Foi Governadora Assistente, por duas gestões, no Distrito 4730. Atualmente mora em Boca Raton, Florida (USA) e faz parte do quadro de Diretores do Rotary Club of Boca Raton West na gestão 2021-2022. Para contato: Website: www.bernadetezagonel.com.br Facebook: facebook.com/bernadete.zagonel Instagram: @bernadetezagonel